Os Potes Virtuosos
por
Dalton Campos Roque
Quando o ser se entope de conhecimento, chega a um ponto em que passa a não servir mais tanto conhecimento acumulado. Conhecimento – recorda a sabedoria popular – não é sabedoria.Enquanto o conhecimento pertence à mente, a sabedoria se vincula ao coração. O conhecimento sem coração é apenas emoção arrogante (subcérebro abdominal).O conhecimento, untado à compaixão e à humildade, conduz à prática: torna-se sabedoria.Cada virtude é um pote. Temos vários. Cada defeito também é um pote. Temos vários. No presente estágio evolutivo planetário, mais potes de defeitos do que de virtudes. Enquanto nossos potes de defeitos estão mais ou menos cheios, os potes das virtudes estão mais ou menos vazios.Quando o pote do conhecimento transborda, não adianta mais tentar enchê-lo. Convém trocar de pote – investir em nova virtude. O saber não ocupa espaço. Já o conhecer, ocupa espaço e, por vezes, atrapalha o amar.Uma vez cheios os potes de todas as virtudes, transbordam, esvaziam-se e devem ser enchidos novamente. Quando o ser se esbalda na caridade consolativa (tarefa da consolação) tem um momento em que tal pote virtuoso fica cheio e transborda. Deve-se, então, procurar o pote do conhecimento, em busca da prática da caridade esclarecedora (tarefa do esclarecimento). A recíproca é verdadeira. A assistencialidade plena se baseia no equilíbrio entre as tarefas da consolação e do esclarecimento.São muitas as opções evolutivas. O caminho, um só: o da evolução infinita, por meio da autoburilação íntima constante.
(por deferência de Dalton Roque)
(por deferência de Dalton Roque)
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