quinta-feira, 14 de maio de 2009

Crónicas da Vida


Viajando...



Levantei as seis horas, o sol estava ensaiando para se levantar lá no horizonte, o céu estava vermelhão, anunciava as primícias de um dia maravilhoso. Olhei o quadro ( O arrastão) que pintei para o Renatão, Todo vermelho, e aprovei minha obra.

Tomei meu café da manhã, me arrumei, escovei meus dentes apanhei minha mochila que já estava preparada para a viagem, Eu ia á são Paulo, Ver o que faria com o meu olho... No caminho me encontrei com Batian, saudei-a com carinho, e continuei meu caminho. Em Caraguá, tomei o ônibus. Acomodei-me ao meu assento. Comecei a olhar meus companheiros de viagem.Tenho o hábito de observar as pessoas, foi o que fiz todo o tempo até chegar na rodoviária.

Observei uma mulher chorando, meu cérebro mergulhou num mar de pensamento, que espécie de problema terá a pobre?.

Também observei o velho que se sentava junto a mim, estava calado.Olhar distante! Criei coragem e falei com ele.Perguntei-lhe, para onde o sr. Vai? No que Pensa quando viaja sozinho? Ele olhou para mim e duas lágrimas rolaram pelo seu rosto todo enrugado pelo passar dos anos.O homem então prosseguiu: Penso em minha filha que não sei onde está, ela é aeromoça, é linda, Cabelos longos e loiros, olhos azuis é bem alta, por isso foi ser aeromoça, já faz muito tempo que ela se foi, nunca escreve, talvez pensa que morri, também penso isso dela. Gostaria tanto de voltar vê-la, que bom seria se eu pudesse encontra-la para poder me despedir. Eu estou chegando ao fim de minha vida, estou muito doente moça! Não vejo a hora de ir-me para junto de minha Doroty, então eu e ela vamos ver nossa filha na janelinha do seu avião e juntos vamos rezar por ela.

Nossa! Eu chorei, peguei suas mãos trêmulas e as beijei.

Bem a viagem continuou, e eu passei a observar um casal já idos em anos estavam sentados á minha direita, ela estava falando, não sei o que, naturalmente falava das traquinagens dos netos porque ele sorria muito e segurava suas mãos enlevado, prestava muita atenção em sua companheira, sorri e pensei, esse casamento deu certo, que bom, é muito gostoso poder ver pessoas que ainda se amam depois de longos anos de convivência.

Continuei em meu trabalho de observação e, desejei falar com aquele rapaz bonito de boné, olhos sonhadores, sorriso no rosto devia estar pensando na namorada, no outro banco duas moças falavam baixinho, sussurravam, acho que segredavam sobre os passeios, praias, de rapazes, vez em quando sorriam.

Dois senhores conversavam, falavam sobre negócios bem sucedidos, estavam felizes.

Fui ao vc, duas comadres falavam alto, com certeza comentavam a vida dos outros, umas sem educação, chatas.

Voltei a falar com meu companheiro de banco, mas ele nem ouvia estava alheio, pareceu-me que ele já estava no outro mundo com a sua Doroty. Chegamos á São Paulo.

Em casa, á noite na minha cama, lembrei-me dos passageiros com quem viajei e escrevi essa singela crônica em homenagem a eles.

Rachel Urbano

Nota: recebi este texto da minha Amiga Rachlezinha e gostei tanto, que sem lhe pedir autorização, o inserir neste espaço.

Peço-lhe perdão, mas tive de o copiar para aqui.

MariaHelena





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