quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

PALAVRAS DA MESTRA H. BLAVATSKY – AOS DISCÍPULOS – O QUE ELES DEVEM FAZER PARA…..Segunda Parte



PALAVRAS DA MESTRA H. BLAVATSKY – AOS DISCÍPULOS – O QUE ELES DEVEM FAZER PARA…..Segunda Parte

Olha as hostes das Almas. Vê como elas pairam sobre o mar tempestuoso da vida humana, e como, exaustas, sangrando, de asas quebradas, caem, uma após outra, nas ondas encapeladas. Batidas pelos ventos ferozes, perseguidas pelos vendavais, são arrastadas para os sorvedouros e somem-se pelo primeiro grande vértice que encontram.

Se, passando pela Sala da Sabedoria, queres chegar ao vale da felicidade, fecha, discípulo, os teus sentidos à grande e cruel heresia da separação, que te afasta dos outros.

Que aquilo que em ti é de origem divina não se separe, engolfando-se no mar de Maya, do Pai Universal (a Alma), mas que o Poder de Fogo se retire para a câmara interior, a câmara do coração, e o domicílio da Mãe do Mundo.

Então do coração esse poder subirá até à sexta região, à região média, ao lugar entre os teus olhos, quando se toma a respiração da Alma-Única, a voz que enche tudo, a voz do seu Mestre.

É só então que te podes tornar um “que anda nos céus”, que pisa os ventos por cima das ondas, cujo passo não toca nas águas.

Antes que ponhas o pé sobre o degrau superior da escada, da escada dos sons místicos, tens de ouvir de sete maneiras a voz do teu Deus interior.

A primeira é como a voz suave do rouxinol cantando à sua companheira uma canção de despedida.

A segunda vem como o som de um címbalo de prata dos Dhyanis, acordando as es­trelas lucilantes.

A terceira é como o lamento melodioso de um espírito do oceano prisioneiro na sua concha.

E a esta segue-se o canto da vina.

A quinta, como o som de uma flauta de bambu, grita aos teus ouvidos.

Muda depois para um clamor de trompa.

A última vibra como o rumor surdo de uma nuvem de trovoada.

A sétima absorve todos os outros sons. Eles morrem, e não tornam a ouvir-se.

Quando os seis estão mortos e postos aos pés do mestre, então se entrega o aluno no Único, se torna esse Único e nele vive.

Antes que possas entrar para esse caminho, tens de destruir o teu corpo lunar, e limpar o teu corpo mental, assim como o teu coração.

As águas puras da vida eterna, límpidas e cristalinas, não podem misturar-se com as torrentes lamacentas da tempestade de monção.

O orvalho do céu brilhando ao primeiro raio do sol no coração do lótus, quando cai na terra torna-se uma, gota de lama; vede como a pérola se tornou uma porção de lodo.

Luta com os teus pensamentos desonestos antes que eles te dominem. Trata-os como eles te querem tratar, porque, se os poupas, criarão raízes e crescerão, e repara, esses pensamentos dominar-te-ão até que te matem.
Acautela-te, discípulo, não deixes aproximar-se mesmo a sua sombra. Porque ela crescerá, aumentará em tamanho e poder, e então essa coisa escura observará o teu ser antes que te apercebas da presença do monstro hediondo e negro.

Antes que a mente da tua Alma possa compreender, deve a flor da personalidade ser esmagada em botão, e o verme dos sentidos destruído até não poder ressurgir.

Não podes caminhar no Caminho enquanto não te tornares, tu próprio, esse Caminho.

FONTE – TEXTOS DE H. BLAVATSKY
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Antes que o poder místico (35) te possa fazer um Deus, Lanu, deves ter adquirido a faculdade de matar, quando quiseres, a tua forma lunar.

A pessoa da matéria e a Pessoa do Espírito nunca se podem encontrar. Uma delas tem de desaparecer; não há lugar para ambas.

Antes que a mente da tua Alma possa compreender, deve a flor da personalidade ser esmagada em botão, e o verme dos sentidos destruído até não poder ressurgir.

Não podes caminhar no Caminho enquanto não te tornares, tu próprio, esse Caminho (36).

Que a tua Alma dê ouvidos a todo o grito de dor como a flor de lótus abre o seu seio para beber o sol matutino.

Que o sol feroz não seque uma única lágrima de dor antes que a tenhas limpado dos olhos de quem sofre.

Que cada lágrima humana escaldante caia no teu coração e aí fique; nem nunca a tires enquanto durar a dor que a produziu.

Estas lágrimas, ó tu de coração tão compassivo, são os rios que irrigam os campos da caridade imortal. É neste terreno que cresce a flor noturna de Buda (37), mais difícil de achar, mais rara de ver, do que a flor da árvore Vogay. É a semente da libertação do renascer. Ela isola o Arhat tanto da luta como da lu­xúria, leva-o através dos campos do ser para a paz e a felicidade que só se conhecem na terra do silêncio e do não-ser.

Mata o desejo; mas se o matares, cuida bem em que ele não renasça da morte.

Mata o amor da vida; mas se matares Tanha (38), que isso não seja pela ânsia da vida eterna, mas para substituir o evanescente pelo eterno.

Não desejes nada. Não te indignes contra o Carma, nem contra as leis imutáveis da natureza. Mas luta apenas com o pessoal, o transitório, o evanescente e o que tem de perecer.

Auxilia a natureza e trabalha com ela; e a natureza ter-te-á por um dos seus criadores, obedecendo-te.

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