quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

PALAVRAS DA MESTRA H. BLAVATSKY – AOS DISCÍPULOS – O QUE ELES DEVEM FAZER PARA…..Primeira Parte




PALAVRAS DA MESTRA H. BLAVATSKY – AOS DISCÍPULOS – O QUE ELES DEVEM FAZER PARA…..

Estas instruções são para aqueles que não conhecem os perigos dos Iddhi inferiores.
Aquele que quiser ouvir a voz de Nada o Som sem som, e compreendê-la, terá de aprender a natureza do Dharana.
Tendo-se tornado indiferente aos objetos da percepção, deve o aluno procurar o Raja dos sentidos, o produtor de pensamentos, aquele que acorda a ilusão.
A Mente é a grande assassina do Real.
Que o discípulo mate o assassino.
Porque quando para si mesmo a sua própria forma parece irreal, como o parecem, ao acordar, todas as formas que ele vê em sonhos; quando deixar de ouvir os muitos, poderá divisar o Um - o som interior que mata o exterior.
Então, e só então, abandonará ele a região de Asat, o falso, para chegar ao reino de Sat, o verdadeiro.
Antes que a Alma possa ver, deve ser conseguida a harmonia interior, e os olhos da carne tornados cegos a toda a ilusão.
Antes que a Alma possa ouvir, a imagem (o homem) tem de se tornar surda aos rugidos como aos segredos, aos gritos dos elefantes em fúria como ao sussurro prateado do pirilampo de ouro.
Antes que a Alma possa compreender e recordar, ela deve primeiro unir-se ao Falador Silencioso, como a forma que é dada ao barro se uniu primeiro ao espírito do escultor.
Porque então a Alma ouvirá e poderá recordar-se.
E então ao ouvido interior falará A Voz do Silêncio e dirá:
Se a tua Alma sorri ao banhar-se ao sol da tua vida; se a tua Alma canta dentro da sua crisálida de carne e de matéria; se a tua Alma chora dentro do seu castelo de ilusão; se a tua Alma se esforça por quebrar o fio de prata que a liga ao Mestre;
- sabe, ó discípulo, que a tua Alma é da terra.

Quando ao tumulto do mundo a tua Alma que desabrocha dá ouvidos; quando à voz clamorosa da grande ilusão a tua Alma responde; quando se assusta ao ver as lágrimas quentes da dor, quando a ensurdecem os gemidos da angústia, quando a Alma se retira, como a tartaruga tímida, para dentro da concha da personalidade,
- sabe, ó discípulo, que do seu Deus silencioso a tua Alma é um sacrário indigno.

Quando, já mais forte, a tua Alma vai saindo do seu retiro seguro; quando, deixando o sacrário protetor, estende o seu fio de prata e avança; quando, ao contemplar a sua imagem nas ondas do espaço, ela murmura, “Isto sou eu”
- declaro, ó discípulo, que a tua Alma está presa nas teias da ilusão.

Esta terra, discípulo, é a sala da tristeza, onde existem, pelo caminho das duras provações, armadilhas para prender o teu Eu na ilusão chamada “a grande heresia”.

Esta terra, ó discípulo ignaro, não é senão a triste entrada para aquele crepúsculo que precede o vale da verdadeira luz - essa luz que nenhum vento pode apagar, e que arde sem óleo nem pavio.

Diz a grande Lei:
“Para te tornares o conhecedor da Personalidade Total, tens primeiro de conhecer a Personalidade”.

Para chegares ao conhecimento dessa Personalidade, tens de abandonar a personalidade à não-personalidade, o ser ao não-ser, e poderás então repousar entre as asas da Grande Ave.

Sim, suave é o descanso entre as asas daquilo que não nasce, nem morre, mas é o AUM através de eras eternas.

Cavalga a Ave da Vida, se queres saber.

Abandona a tua vida, se queres viver.

Três salas, ó cansado peregrino, conduzem ao fim dos trabalhos.
Três salas, ó conquistador de Mara, te trarão através de três estados até ao quarto, e daí até aos sete mundos, os mundos do descanso eterno.

Se queres saber os seus nomes, escuta-os e aprende-os.

O nome da primeira sala é Ignorância - Avidya. É a sala em que viste a luz, em que vives e hás de morrer;
O nome da segunda sala é a Sala da Aprendizagem. Nela a tua Alma encontrará as flores da vida, mas debaixo de cada flor uma serpente enrolada.

O nome da terceira sala é Sabedoria, para além da qual se estende o mar sem praias de Akshara, a fonte indestrutível da onisciência.

Se queres atravessar seguramente a primeira sala, que o teu espírito não tome os fogos da luxúria que ali ardem pela luz do sol da vida.

Se queres atravessar seguramente a segunda, não pares a aspirar o perfume das suas flores embriagantes. Se queres ver-te livre das peias cármicas, não procures o teu Guru nessas regiões mayávicas.

Os sábios não se demoram nas regiões de prazer dos sentidos.

Os sábios não dão ouvidos às vozes musicais da ilusão.

Procura aquele, que te dará o ser, na Sala da Sabedoria, a sala que está para além, onde todas as sombras são desconhecidas e onde a luz da verdade brilha como uma glória imorredoura.

Aquilo que é incriado está dentro de ti, discípulo, assim como está naquela sala. Se queres possuí-lo, e unir as duas coisas, tens de despir os teus negros trajes de ilusão. Abafa a voz da carne, não deixes que qualquer imagem dos sentidos se entreponha entre a sua luz e a tua, para que assim as duas se fundam em uma. E, tendo aprendido a tua Ajnana, abandona a Sala da Aprendizagem. Essa sala é perigosa pela sua beleza pérfida, e só é precisa para a tua provação. Acautela-te Lanu, não vá a tua Alma, entontecida pelo brilho ilusório, demorar-se e enredar-se na sua luz enganadora.

Esta luz brilha na jóia do grande enganador (Maia). Enfeitiça os sentidos, cega o espírito e deixa o descuidado naufragado e sozinho.

A borboleta atraída para a chama da tua lâmpada noturna está condenada a ficar morta no azeite. A alma incauta, que não pode defrontar-se com o demônio escarninho da ilusão, voltará ao mundo escrava de Maia.

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