domingo, 31 de outubro de 2010

AS NOSSAS ASPIRAÇÕES e os nossos DESEJOS INTERIORES



AS NOSSAS ASPIRAÇÕES e os nossos DESEJOS INTERIORES….




Qual de nós não atravessou já ou está atravessando aquela fase de sentir dentro de si um vontade enorme, um impulso criador, uma aspiração artística?

E isto nos acontece porquê?
Porque a alma que está evoluindo dentro de nós, depois de ter passado por certo grau na escala da vida, sente necessidade de expressar …“algo”… de desenvolver demonstrações de nível superior ao costumado; então, transmite-nos um forte impulso para obrigar o “eu inferior”, ou “eu físico” a trabalhar naquilo que ela, alma, anseia. (já aqui falámos que a alma usa o corpo físico para se manifestar objectivamente no plano físico).

Este “algo” é, às vezes, o desejo de exprimir seus pensamentos no domínio da arte, musica, literatura, invenção; outras vezes, o desejo persistente de colaborar na remodelação das instituições ou nos afazeres da vida colectiva, …conforme os ideais da alma.

Em todos os casos, opera em nós um “impulso criador”, manifestando-se através de um enorme desejo de “fazer coisas” de acordo com as suas aspirações (de nossa alma). Quando, nós (eu físico), acedemos a colaborar, a nossa cabeça, o nosso coração e a nossa mão cooperam ansiosamente na realização objectiva das aspirações que sentimos dentro de nós.

A nossa alma está sempre sedenta de progresso e aperfeiçoamento e nós (eu físico), na maioria das vezes negamos-lhe a concretização dessas aspirações e apenas lhe concedemos pequenas “gotas” que pingam da fonte, para mitigar sua sede.

A maioria de nós procede assim porque …ou não tem facilidade de realizar essas aspirações ou simplesmente por ….”não ter conhecimento”…. Do que aqui está exposto.

Por isso, devemos dar uma atenção cuidada a estes impulsos porque eles são….o esforço da nossa semente, trabalhando para romper os seus envoltórios a fim de poder “produzir o tronco, os galhos, a flor e o fruto.

A este respeito os ensinamentos dizem-nos:

“A alma que progride suficientemente no caminho ascendente de aperfeiçoamento, olhando para trás e para baixo vê os planos das vidas anteriores e reconhece que os esforços do génio ou impulsos para se expressarem são como as ….”dores de parto da alma”, que darão lugar ao futuro nascimento da flor e do fruto ou do génio.”

No plano astral essas sementes de génio fazem brotar o tronco e os galhos, preparando-os para produzir a flor e o fruto nas encarnações posteriores.

Em mentes altamente centradas, estas fases da vida astral desenvolvem-se muito rapidamente, fazendo com que o individuo, na próxima encarnação esteja pronto e preparado para manifestar o poder, que gerou durante a sua permanência no astral superior.

Isto significa que a alma recebe e armazena, enquanto está no plano astral, a energia que a torna capaz de manifestar em seguida, na próxima vida terrestre, os poderes que nem ela tinha sonhado ser capaz.

Isto talvez seja um pouco difícil de imaginar, mas através de um exemplo se tornará mais fácil.

Imaginem que um rapaz está aprendendo a patinar sobre o gelo; ao fim de uma tarde de treino reconhece que fez pouco progresso. Deita-se para dormir toda a noite, esquecendo totalmente a arte que está aprendendo; quando, porém, no dia seguinte, torna a exercê-la, eis que vê que está fazendo um progresso notável.

Qualquer um de nós já tem passado por coisas idênticas nas tarefas comuns ou problemas de nossa vida.

Ficamos pensando que alguma coisa se passa connosco enquanto dormimos.

Depois disto, talvez seja interessante explicar, a espécie de “segredo” que envolve estes fenómenos.

Durante o sono a nossa mente subconsciente ou instintiva repete tudo o que se passou em relação á acção ou problema subjectivo, e no dia seguinte põe em prática o que aprendeu durante a noite.

….MAS…, a mente consciente não percebeu nada do processo de aprendizagem. Porquê?

Porque há na MENTE…” profundidades” que se encarregam das nossas tarefas (os ensinamentos atribuem-lhe o nome de “profundidades super-conscientes”), as quais desenvolvem um laborioso trabalho durante o nosso sono, resolvendo os problemas e dando-lhes solução….. e no dia seguinte, a misteriosa solução manifesta-se à pessoa.

Daí dizer-se….”dorme sobre isso que logo arranjarás resposta ou solução”.

É assim que as profundidades super-conscientes da “mente da alma”, praticam e fazem progredir as tarefas da próxima vida terrestre, indicadas pelo sujeito, através do esforço, do desejo e pela ansiosa procura que a alma manifestou ainda antes de desencarnar.

Isto significa que a alma está plenamente consciente das manobras que a faculdade das “pronfundidades super-conscientes” operam e que sente o maior prazer no trabalho de aperfeiçoamento e de desenvolvimento.

Aqui podemos lembrar do que foi dito no texto sobre a bem-aventurança no plano mental, pois o Mestre diz:

“O mundo daquelas almas (as que acima referimos) que possuem o desejo de “fazer coisas”, criar, formar e realizar seus ideais, é realmente um reino de bem-aventurança. Pois ali a alma acha-se capaz de realizar as coisas a que aspirava durante a vida terrena e pode expressar-se com tanta perfeição que excede a todos os sonhos e a todas as esperanças da alma na terra.”

Por isso nos ensina que aquela expressão e manifestação é executada pelo amor da obra, pelo prazer de criar, pelo êxtase do aperfeiçoamento e não pela esperança de recompensa.

E deixa-nos o seguinte poema de Kipling:

AO MESTRE SOMENTE COMPETE

LOUVAR-NOS OU NOS CENSURAR;

NINGUEM POR DINHEIRO OU POR FAMA

ENTÃO, SE VERÁ TRABALHAR;



MAS CADA UM FARÁ SUA OBRA

SOMENTE POR TER-LHE AMOR,

SEGUNDO SEU PRÓPRIO ESPIRITO

DISPOSTO A SERVIR AO SEU SENHOR.

É um poema que, mais uma vez, põe em relevo o dever de todas as almas cumprirem o trabalho espiritual de ajuda sem esperarem pagamento ou recompensa, porque ele dever ser feito por amor ao próximo e a Deus.

Coligido e composto por

MariaHelena Guerra

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